52369 - GRUPO DE APOIO AOS PAIS E CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO MUNICIPIO DE ALCANTARAS- CE. KATARINA JESS CARVALHO BRANDAÃO COSTA - UVA, ANA GABRIELLA SILVA DE ARAÚJO - UVA, ISABELLY DAMASCENO PONTE - UVA, CÉSAR WÉRVERTON QUINTELA SILVEIRA - UVA, HELIANDRA LINHARES ARAGÃO - UVA, JULIANA GOMES SILVA - UVA
Contextualização Podemos verificar que no município de Alcântaras existe um contingente significativo de crianças dentro do espectro autista, muitas delas sendo atendidas nos equipamentos de saúde com queixas diversas, desde dificuldades escolares até transtornos psiquiátricos adquiridos. Porém, para as demandas do autismo, atendimentos e consultas pontuais ou de baixa frequência funcionam mais como um paliativo do que propriamente um acompanhamento e desenvolvimento dessas crianças. Verificamos também que, quando se trata dos pais e/ou cuidadores, essa situação é ainda mais grave. Existe por parte de muitos uma resistência muito grande em aceitar o diagnóstico dos filhos, quanto àqueles que aceitam o diagnóstico, há uma deficiência significativa de informações adequadas sobre o que é o autismo e como manejar essas crianças. Além disso, falta apoio emocional para esses pais (especialmente as mães) que precisam carregar, muitas vezes sozinhas, toda a demanda exigida pelo TEA. Foi pensando nisso que surgiu a proposta do presente trabalho, tanto como uma forma de estar mais próximo dessas famílias enquanto equipe de saúde, poder acolher e ajudar esses pais com as suas demandas, como também uma forma de os capacitar para ajudar no tratamento de seus filhos nos momentos em que os profissionais não possam estar presentes.
Descrição da Experiência O intuito do grupo é trabalhar temas diversos relacionados ao autismo, inclusive com o apoio de outros profissionais técnicos do município . A ideia é trabalhar tanto aspectos teóricos relacionados ao autismo como história, características, sinais, diagnóstico e atualidades, como também aspetos práticos do dia a dia das famílias (como lidar com comportamentos disruptivos, como ensinar autonomia, treinos de fala e habilidades sociais, além de demandas específicas trazidas pelos participantes do grupo. Acontecem também o desenvolvimento de outras ações pela equipe, ao longo do projeto, de acordo com a necessidade, como visitas domiciliares e intervenções em espaço natural. A metodologia abordada inicialmente: 1.Ficha de Anamnese: termos o maior número de dados sobre essas crianças e assim podermos mensurar seus progressos ao longo do grupo. 2.Encontros teóricos expositivos; 3.Rodas de conversa; 4.Ações externas; 5.Oficinas; 6:Avaliação periódica. Mesmo diante das dificuldades e sobrecargas, o relato que temos é de empoderamento, onde buscam forças e recursos para vencer obstáculos e procurar estratégias para melhorias das limitações acontecem dentro do grupo, pois nesses momentos de acompanhamento e orientação ao familiar promovem a redução do estresse e a construção de conhecimento, enfatizam.
Objetivo e período de Realização O objetivo A+(A: de Autismo o + com proposito de +amor, +respeito, +direito +cidadania) é desenvolver um espaço de cuidado, orientação, melhora na autoestima e promoção social com a finalidade de melhorar a qualidade de vida das famílias e no desenvolvimento das crianças, viabilizando um trabalho de caráter preventivo e transformador. Os encontros grupais iniciaram-se em junho de 2023 e acontecem de forma quinzenal em dia e horário fixos (terça-feira, de 13:30h às 15:30h).
Resultados Na prática foi possível verificar o quanto o grupo para pais e cuidadores de pessoas com autismo está contribuindo para a minimização das conotações contrárias e das emoções advindas das mudanças na dinâmica familiar, financeira e social e da sobrecarga de cuidados. Este grupo nos trás uma maior compreensão do que se ocorre com o cuidador, dando voz as contingências e os empoderando em seu cuidado. O grupo tomou tanta proporção positiva dentro do município que a procura acontece de forma espontânea a equipe responsável, não mais por buscar ativa. Dentro dos nossos resultados esperados a longa prazo, já se concretizou política públicas municipais para as crianças autistas através da mobilização dos pais e cuidadores com poder executivo, como a confecção dos crachás de identificação e a aprovação da lei municipal para confecção da carteira de identificação da pessoa com transtorno do espectro autista – CIPTEA, em completo a Lei Federal Nº 13.977, DE 8 DE JANEIRO DE 2020.
Aprendizado e Análise Crítica O grupo de apoio é uma importante estratégia de cuidado aos familiares de pessoas com autismo, apresentando-se como um recurso a ser utilizado na promoção do cuidado prestado por profissionais de saúde que atuam com cuidadores pois verifica- se que o grupo tem potencial terapêutico, pois incita o cuidado e a reflexão, promovendo um trabalho mais
produtivo e ofertando uma atenção integralizada do cuidado. A falta de políticas públicas especificas e amplas por parte dos governantes, por não ofertarem mais atenção às pessoas com o espectro e ignorando essa demanda, os tornarão adultos sem inclusão social.
A experiência no grupo de apoio está sendo cheia de significância por proporcionar implicações de forma crítica e reflexiva sobre a prática do cuidado integral junto à cuidadores de pessoas com características tão peculiares como o autismo.
Referências GAIATO, M.; TEIXEIRA, G. O reizinho autista: guia para lidar com comportamentos difíceis. São Paulo: nVersos, 2018.
KHOURY, L. P.; et al. Manejo comportamental de crianças com Transtornos do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar: guia de orientação a professores. São Paulo: Memnor, 2014.
SILVA, A. B. B.; GAIATO, M. B.; REVELES, L. T. Mundo Singular: entenda o autismo. São Paulo: Fantanar, 2012
Fonte(s) de financiamento: PROPRIA
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