04/11/2024 - 17:20 - 18:50 CC2.2 - Políticas Públicas em Saúde Indígena: planejamento, uso de indicadores de saúde e educação permanente |
49118 - PROMOÇÃO DE PRÁTICAS ALIMENTARES SAUDÁVEIS EM UMA COMUNIDADE INDÍGENA DE RORAIMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA PAULA TAINÁ BARBOSA ALVES - UFRR, BRUNA GARCIA UCHOA - UFRR, HELENA CAVALCANTE DE LIMA - UFRR, VIVIANE DE SOUZA SILVA - UFRR, ANA PAULA BARBOSA ALVES - UFRR, KRISTIANE ALVES ARAÚJO - UFRR, JULIANA PONTES SOARES - UFRR, ARIOSMAR MENDES BARBOSA - UFRR
Contextualização A alimentação saudável é um direito fundamental que visa garantir práticas alimentares acessíveis, balanceadas e variadas, baseadas em necessidades nutricionais e apoiadas por sistemas produtivos sustentáveis (BRASIL, 2014). No Brasil, a preocupação com a nutrição é intensificada pela epidemia de obesidade e pelas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), principais causas de morte entre adultos (BRASIL, 2014). Fatores como dieta inadequada, sedentarismo, uso nocivo de álcool e tabagismo são influenciáveis e modificáveis (BRASIL, 2021). Assim, a educação alimentar e nutricional é essencial para fomentar hábitos saudáveis e abordar desafios socioambientais que afetam o acesso e a produção de alimentos (BRASIL, 2018). A atividade de Promoção de Práticas Alimentares Saudáveis em uma Comunidade Indígena integrou o projeto de extensão "Saúde está na mesa: educação para o consumo alimentar saudável", focando no diálogo sobre os efeitos da alimentação na saúde e no ambiente. Realizada pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), envolveu discentes e a comunidade em atividades educativas e rodas de conversa, facilitando o intercâmbio de conhecimentos e experiências sobre saúde alimentar.
Descrição da Experiência A atividade foi executada por uma equipe de 16 membros, incluindo 13 acadêmicos do Curso de Gestão em Saúde Coletiva Indígena do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena além de uma estudante do curso de medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e três professores. Participaram cerca de 70 moradores, a maioria crianças. A intervenção foi dividida em quatro etapas, iniciando com uma discussão sobre alimentação natural versus ultraprocessada. Na primeira fase, após uma apresentação sobre alimentação saudável, a comunidade identificou uma predominância de alimentos naturais em sua dieta. Na segunda etapa, foram abordadas as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e sua relação com as práticas alimentares. As crianças desenharam alimentos frequentemente consumidos, enquanto os adultos avaliaram suas porções alimentares em pratos divididos por tamanhos.
Objetivo e período de Realização A ação realizada na Comunidade Indígena Malacacheta em Roraima visou refletir sobre o consumo de alimentos industrializados e naturais, além de avaliar a efetividade dos estudantes do Curso de Gestão em Saúde Coletiva na promoção de uma alimentação saudável. Essa primeira iniciativa aconteceu em 15 de junho de 2023, envolvendo a comunidade local, que tem cerca de 1220 habitantes e 290 famílias, majoritariamente do povo Wapichana, seguido pelos Macuxi.
Resultados Na primeira fase, após uma apresentação sobre alimentação saudável, a comunidade identificou uma predominância de alimentos naturais em sua dieta. Na segunda etapa, foram abordadas as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e sua relação com as práticas alimentares no cotidiano. As crianças desenharam alimentos frequentemente consumidos, enquanto os adultos avaliaram suas escolhas e as porções alimentares em pratos divididos por tamanhos.
Aprendizado e Análise Crítica A ação evidenciou a eficácia de métodos participativos em promoção da saúde, com foco na educação alimentar saudável. O envolvimento de discentes do CGSCI, professores, e a comunidade indígena proporcionou uma rica troca de conhecimentos e experiências, crucial para a assimilação e adaptação das práticas alimentares saudáveis. Uma das principais constatações foi a predominância de alimentos naturais na dieta da comunidade indígena, um aspecto positivo que ressalta a conservação de práticas alimentares tradicionais em contraste com o consumo de alimentos ultraprocessados. Contudo, a análise das discussões sobre as DCNT revelou que, apesar do consumo predominante de alimentos naturais, há uma necessidade de aprofundar o entendimento sobre os componentes nutricionais dos alimentos e suas implicações para a saúde. A atividade destacou o potencial dos estudantes indígenas como promotores de saúde em suas comunidades, indicando a importância de sua formação em contextos práticos que valorizem o saber tradicional e científico. A metodologia da roda de conversa se mostrou eficaz, permitindo uma comunicação aberta e a participação ativa dos envolvidos, o que é essencial para o sucesso de intervenções em saúde coletiva. Reafirma-se a relevância de estratégias efetivas em saúde que respeitem e valorizem as particularidades culturais e sociais de comunidades indígenas.
Referências BRASIL. M. S. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 118 p.
BRASIL. M. D. S. Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Departamento de Estruturação e Integração dos Sistemas Públicos Alimentares. Coordenação-Geral de Educação Alimentar e Nutricional. Princípios e Práticas para Educação Alimentar e Nutricional. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social, 2018.
BRASIL. M. S. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed., 1. reimpr. Brasília. Ministério da Saúde, 2014. 156 p.
COSTA, K. R. da. Vigilância ambiental na comunidade indígena malacacheta-região serra da lua. Anais VI CONEDU. Campina Grande: Realize Editora, 2019.
Fonte(s) de financiamento: Não se aplica
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